sábado, 14 de março de 2009

Labirinto.

sábado, 14 de março de 2009
A raiva que eu sentia de mim era tão grande que tive vontade de fazer alguma besteira. Por que eu sempre me entregava? Que tipo de mulher eu era? Do tipo das que não sabem dizer um não? Do tipo das falsas, que traem as amigas com seus maridos?
Nolan estava ao meu lado, dormindo. O ódio em mim por tê-lo permitido estar ali só fazia crescer. Eu levantei, estava nua, nem me preocupei em vestir alguma coisa decente, coloquei apenas um casaco comprido e calcei uma bota, pegando minha bolsa saí. Precisava respirar, pensar na minha posição. Meu amante sabia muito sobre mim. Desconfiava da verdade sobre Melissa, sobre minha profissão, sobre tudo. Eu não podia acabar assim, e continuar levando tudo numa boa. Se era para acabar por dignidade, eu teria de sair de sua vida completamente. E isso incluía Nina e tudo a ver com a família Nutz. Chamei um táxi e mandei o taxista ir para o centro da cidade, me deixar em frente a qualquer boate. Decidi que era de um bom entretenimento que eu precisava.
No dia seguinte tinha muito trabalho. Mais de 6 clientes. Já fazia bastante tempo que eu andava pensando em tentar largar Jamie. Naquela noite resolvi ir para um lugar diferente. Era tipo um bordel onde eles aceitavam prostitutas novas que só passavam um dia, para saber se gostavam dali ou não. Se gostassem, poderiam ir trabalhar lá. Se não, não haveria problema. E a sua presença ali era de total sigilo para os cafetões das redondezas.
O lugar era legal, grande, arrumado, chique. Os clientes tinham um nível alto, pelo que eu reparei. Depois de atender a uns três clientes, já estava quase decidida a ir trabalhar ali. Notei um homem elegante entrando no local. Olhava as meninas de cima para baixo, sem dar-lhes importância. Perguntei a uma outra prostituta quem era ele. E fui preenchida por um ódio imenso quando ela me disse quer se tratava de Nolan Nutz, cliente fiel da boate. O homem com quem eu dormia todas as noites não traía a esposa apenas comigo, eu era só mais uma. E, antes de o susto passar, outra silhueta conhecida colocou os pés no bordel, e essa eu sabia bem de quem era. Jamie Jerkoff fora me procurar. O jeito era sair pela porta dos fundos.

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